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Sobre os rolezinhos

Nos últimos dias, é praticamente impossível que você não tenha lido (ou ao menos passado o olho) por algum texto na internet que falava sobre um tal “rolezim”. Sim, com esta grafia.


A primeira vez que ouvi algo sobre, apenas ignorei. Como se não houvesse amanhã.



"Afinal, qual é a novidade, e o que tem de tão extraordinário em adolescentes marcarem encontro em shopping? Gente muito fora da casinha pra achar que isso é novidade!" - pensei.


Mas recebi uma leva de links para textos que insistiam em falar sobre o tal rolezim. Então me senti na obrigação de parar pra ver o que estava acontecendo com o mundo, pra começar a se interessar por algo que é feito por adolescentes há, pelo menos, uns quinze anos.


E foi ai, que fiquei sem reação.


Porque a indignação não estava no fato de “grandes grupos de adolescentes” marcando encontro em shopping. O problema é: em QUEM são os adolescentes que estão marcando encontros no shopping.


Demorei o máximo para escrever algo sobre isso, porque, de fato, achei tudo um absurdo.


Desde shopping buscando liminar para coibir os tais eventos de acontecer em suas imediações, até pessoas inflamadas que vêm no simples “rolê” algum tipo de manifestação política ou coisa que o valha.


Não vejo a menor motivação política por parte deste pessoal. Na verdade, só vejo jovens que querem se divertir. (Sim, há exceções. Sempre há!)



Por favor, lembre-se da sua juventude!


Mesmo que, estejam dando a impressão de engajamento ou algum tipo de “Occupy”, não é esse o espírito dos tais eventos. Esse pessoal só está ocupando um lugar que já veem como deles. Qualquer jovem, independente da cor, religião ou condição social, que vive em grandes cidades, vê no shopping, a sua praça, a sua praia.

O único lamento, na verdade, é por sabermos que shopping, ao contrário de praça, não é público. Mesmo que propagandas infinitas queiram passar a impressão de que todos são bem-vindos.


Shopping é um centro de consumo, se você não consome, ou não se encaixa no perfil do público consumidor, simplesmente, não é bem vindo.


O único crime destes jovens é, ainda, não ter descoberto isso.







Por Elen Oliveira

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