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O vôlei no próximo país sede das Olimpíadas

  • puxadinhoblog
  • 8 de jan. de 2014
  • 3 min de leitura

Nem bem começou 2014 e alguns problemas do cenário esportivo brasileiro voltaram à tona. Para quem não acompanha o vôlei brasileiro, pode ser uma grande surpresa a situação do time RJ Vôlei. Alguns podem saber da situação que a equipe se encontra por acompanharem a economia brasileira e saberem que o grande patrocinador do time, OGX, petroleira controlada por Eike Batista, enfrenta sérias dificuldades financeiras e recentemente entrou com um pedido de recuperação judicial (artifício usado por empresas que perderam a capacidade de pagar suas dívidas para poderem continuar operando enquanto negociam com credores). Devido essa situação, a OGX retirou seu patrocínio ao time, que enfrenta dificuldades para manter a equipe que custa, aproximadamente, R$ 8,5 milhões por temporada.



No primeiro fim de semana desse ano, Bruninho, levantador da seleção brasileira masculina de vôlei e, até então, levantador do time carioca, anunciou sua saída da equipe para transferência ao time Modena, na Itália, onde já jogou em 2011. Em texto publicado pelo próprio jogador em suas redes sociais, ele declara que foi uma difícil decisão deixar o Brasil, que tentou permanecer aqui, pois acreditava que, junto com a equipe, reverteria a situação, conseguindo novos parceiros para a manutenção do time, o que não deu certo. No mesmo texto, declara que ele e alguns companheiros de elenco receberam apenas um mês de salário desde o início da temporada.



A situação do levantador da seleção de um dos esportes que mais ganhou para o país nos últimos dez anos é assustadora. O vôlei no Brasil ganha mais força a cada conquista, e são muitas nos últimos anos. Porém, os clubes ainda enfrentam problemas para manter os atletas tão vitoriosos. Algumas equipes se destacam ao contratar muitos jogadores pertencentes à seleção brasileira, essas são consideradas as “equipes de ponta”. Mas a situação de alguns atletas pode ser considerada a mesma vivida por Bruninho. A falta de patrocínio para o “esporte coletivo que mais medalhas olímpicas e mundiais conquistou para o nosso país” pode ser considerado um fator de peso para esse cenário, que é destacado com o caso do levantador brasileiro.



A visibilidade nos meios de comunicação ainda não é o merecido por um esporte que traz tantas conquistas para o país. Mesmo com o crescimento de sua popularidade, está longe de ser a creditada para um esporte que tantas medalhas douradas trouxe para sua nação, em outras partes do mundo. Isso se explica pela paixão mais que avassaladora pelo futebol, aqui no Brasil. E é essa ideia que afasta o interesse de patrocínio de empresas ao vôlei. A grande questão é que, sozinhas, as equipes não conseguem se manter ativas e pagando os salários de seus jogadores. Assim, surgem situações como a de Bruninho, que tem que tomar a decisão de sair de seu país para jogar com todos os direitos que um atleta deve ter, como o simples ato do pagamento de seu salário em dia.



O pior de tudo é saber que essa situação acontece no país sede da próxima Olimpíada. O mesmo Rio de Janeiro que, hoje, abriga o time que não consegue pagar seus jogadores, em 2016, será palco dos jogos olímpicos. E que o Brasil, tão temido nas quadras de vôlei no mundo todo, faz com que seu levantador, titular da seleção, tenha que optar entre sobreviver com o seu trabalho ou permanecer no seu país trabalhando de graça.



Não pode-se esquecer que antes de nos darem alegria com grandes vitórias, os jogadores são trabalhadores que usam do seu suor em quadra para sobreviverem. Talvez, falte um pouco de respeito à quem, tão bem, representa nosso país.



E para a casa das próximas Olimpíadas, fica um sinal de alerta. Porque muita coisa, ainda, está errada por aqui.







Por Letícia Cristina

 
 
 

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